Em megaoperação no Alemão e na Penha, polícias tentam prender 100 do Comando Vermelho; 4 são mortos

Pelo menos 2.500 agentes das forças de segurança do RJ tentam prender, nesta terça-feira (28), cerca de 100 traficantes do Comando Vermelho (CV). Até a última atualização desta reportagem, 4 suspeitos morreram em confronto.
Esta é mais uma etapa da Operação Contenção, uma iniciativa permanente do governo do estado de combate ao avanço da facção por territórios fluminenses. Veja aqui os impactos à população.
Desta vez, as equipes foram para os complexos do Alemão e da Penha, um conjunto de 26 comunidades na Zona Norte do Rio de Janeiro — e onde, segundo as investigações, se refugiam chefes do CV do RJ e de outros estados.
Traficantes reagiram a tiros e com barricadas em chamas — dezenas de colunas de fumaça podiam ser vistas de diversos pontos da cidade. A Polícia Civil afirmou ainda que, em retaliação, criminosos lançaram bombas com drones. Outros fugiram em fila indiana pela parte alta da comunidade, em uma cena semelhante à disparada de bandidos em 2010, quando da ocupação do Alemão.
Balanço parcial:
- 4 suspeitos haviam sido mortos em confronto. Dois eram da Bahia; outro, do Espírito Santo.
- 25 homens foram presos — 5 foram baleados e internados sob custódia no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
- Um policial do Bope e um delegado assistente foram baleados na perna.
- Além deles, 3 inocentes foram baleados: um homem em situação de rua foi atingido nas costas por uma bala perdida e levado para o Getúlio Vargas; uma mulher que estava em uma academia também foi ferida, mas já recebeu alta; e um homem que estava num ferro-velho.
- Policiais apreenderam 10 fuzis, 2 pistola e 9 motos.
Operador do CV preso
Entre os presos está Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de um dos chefes do CV, Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou que a operação foi desenhada com antecedência e não contou com apoio do governo federal.
“Toda essa logística é do próprio estado. São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem no Rio de Janeiro”, disse.
Santos destacou que cerca de 280 mil pessoas vivem nas áreas afetadas pela operação. “Essa é a realidade.
Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planejada, com inteligência, e que vai continuar”, afirmou o secretário.
Com informações G1.


