29/09/2025
Polícia

CNJ afasta desembargador do Rio por suspeita de favorecimento a facções criminosas com decisões judiciais

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastou o desembargador Cairo Ítalo da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Na manhã desta segunda-feira (29), agentes do CNJ realizam uma fiscalização administrativa no gabinete do magistrado.

As investigações apuram suspeitas de Cairo teria favorecido integrantes das facções criminosas Comando Vermelho (CV) e do Povo de Israel em decisões judiciais.

Em nota, o desembargador informou que 3 habeas corpus foram concedidos em plantão judiciário: um preso pode visitar a família no Dia dos Pais, outro foi autorizado a realizar exames médicos antes de retornar ao sistema federal e, no terceiro, uma esposa visitou o marido em estado terminal, que morreu dias depois. A documentação será enviada ao CNJ. (Leia a íntegra no final da reportagem).

O Tribunal de Justiça informou que não vai comentar o caso, pois o processo tramita sob sigilo.

A operação teve como estopim um habeas corpus que garantiu a soltura de Sam da Caicó, chefe do Comando Vermelho condenado a 147 anos de prisão.

Transferido de Bangu 1 para a Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), ele alegou, por meio da defesa, problemas de saúde crônicos e crises convulsivas, que não seriam tratados adequadamente na unidade federal.

Apesar da recomendação médica de nova avaliação, a remoção não foi suspensa, e os advogados pediram seu retorno ao Rio.

O que diz o magistrado

“Foram três limiares deferidas durante o plantão judiciário. Numa delas o paciente queria visitar a família no Dia dos Pais. Ele tem esposa, filhos e netos. O exame criminológico dele era favorável, inclusive que ele progredisse do regime semiaberto para o aberto. Na outra decisão, o paciente desejava vir para o nosso presídio para fazer exames e depois retornar para o sistema presidiário federal. Essa decisão eu determinei fosse submetida ao crivo do Desembargador para o qual o habeas-corpus fosse distribuído. E no último, uma esposa queria visitar o marido preso, uma única vez, porque ele estava em metástase e à beira da morte. Ele morreu dois ou três dias depois. Vou juntar toda a documentação e submeter ao CNJ. Trata-se de decisões judiciais. Qualquer outro esclarecimento estou à disposição”.

Com informações G1.

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