05/11/2024
Política

PGR denuncia deputado Otoni de Paula por difamação e injúria contra Alexandre de Moraes

A Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou nesta terça-feira (14) o deputado Otoni de Paula (PSL-RJ) ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos supostos crimes de difamação, injúria e coação em vídeos com ataques e ofensas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A denúncia será analisada pelo tribunal e, se aceita, o deputado se tornará réu em uma ação penal.

Segundo a PGR:

  • o crime de difamação foi cometido 5 vezes;
  • o crime de injúria foi cometido 19 vezes;
  • o crime de coação foi cometido duas vezes.

O caso envolve dois vídeos gravados pelo parlamentar com supostos ataques e xingamentos ao ministro do STF.

Para o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, a conduta não está abarcada pela imunidade parlamentar. Estes vídeos, segundo a PGR, são de duas ocasiões, em junho e em julho.

Nas gravações, o deputado criticou Moraes pela decisão que libertou o blogueiro Oswaldo Eustáquio, mas o proibiu de usar as redes sociais. No vídeo, Otoni chama Moraes de “lixo”, “tirano” e “canalha”, entre outras ofensas. Na ocasião, o deputado era um dos vice-líderes do governo Bolsonaro. Ele já deixou o cargo.

Moraes é o relator do inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos. O deputado e o blogueiro são investigados no inquérito.

“O que em princípio parecia apenas ser a contestação da verdade de um fato, transformou-se, ao final de uma live, […] uma coação contra uma autoridade que deferira […] medidas cautelares que tinham, entre outras pessoas, Sara Giromini e o próprio denunciado como alvos”, afirmou a PGR.

“Essa primeira difamação é seguida da expressão ‘pode vir quente que eu tô fervendo’, […] a revelar ainda que de forma velada, a utilização da violência moral, de modo a constranger futuras intervenções do ministro Alexandre de Moraes”, completou.

Na denúncia, a PGR detalhou a conduta de Otoni de Paula e associou a ação do parlamentar aos crimes contra a honra.

“Os impropérios contra a autoridade judiciária em questão prosseguem com uma injúria e mais duas difamações. Ao chamá-lo de canalha, o denunciado atribui a sua excelência a pecha de pessoa desprezível, mau caráter, pouco honesta ou que procede com fraude. Ao alegar, sub-repticiamente, que não colocou o caráter no balcão de negócios e que não fez com o próprio nome o que , na sua visão, o ministro Alexandre de Moraes teria feito com o dele, o denunciado usa paradigma de alguém peitado, subornado, que se deixou vender”, argumentou a procuradoria.

A PGR avalia que, “ao sugerir que o relator já pode ter precisado de dinheiro de amigos ligados a organizações reconhecidamente criminosas, refere-se a ele, por meias-palavras, como alguém associado à prática de crimes, que se deixa corromper”.

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