17/11/2025
Política

CPI das Câmeras: Receita Federal aponta indícios de fraude fiscal nas empresas de proteção veicular investigadas

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O órgão irá solicitar vistas às informações levantadas pela CPI para investigar com maior profundidade ainda as associações de proteção veicular.

A CPI das Câmeras, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), se reuniu, nesta segunda-feira (17/11), com representantes da Receita Federal para discutir possíveis irregularidades fiscais em empresas de proteção veicular. Durante a reunião, o órgão afirmou que, diante do material apresentado pelo colegiado, há fortes indícios de fraude fiscal por parte dessas empresas.

A representante da Superintendência Regional da Receita Federal, Mônica Barreto, afirmou que o órgão iniciará a análise dos indícios levantados pela CPI. “Se essas entidades atuam como seguradoras, precisam pagar os principais tributos federais e municipais aplicados ao setor. Por isso, vamos solicitar vistas às informações já levantadas pela comissão, estudar o material e encaminhar à nossa área responsável pela análise desses indícios”, explicou.

Para o presidente da CPI, deputado Alexandre Knoploch (PL), a presença da Receita Federal é fundamental para avançar na investigação. “As associações não seguem o regramento tributário e já identificamos indícios de uma sonegação que pode chegar à casa do bilhão. Se 20% disso deveria ser tributo, estamos falando de cerca de R$ 200 milhões. É um volume muito significativo, que precisa ser esclarecido. A entrada da Receita no processo é importante porque ela tem mais ferramentas e condições de aprofundar essa análise e confirmar o que estamos levantando”, afirmou.

O deputado Alan Lopes (PL) chamou atenção para a gravidade das irregularidades fiscais atribuídas às empresas de proteção veicular e rebateu a versão apresentada pelos investigados. “Eles alegaram falha dos bancos, mas essa justificativa não se sustenta. Já há indícios de fraude tributária, uso de familiares como laranjas e conexões com grupos que atuam na recuperação de veículos. Estamos preparando um relatório consistente para que os órgãos de controle possam responsabilizar quem for devido”, pontuou.

Sobre essa hipotética situação dos bancos, a representante da Receita Federal reforçou a confiabilidade das informações financeiras citadas durante a reunião. “Toda movimentação bancária que chega à Receita vem formalmente pelos próprios bancos. Em princípio, está tudo correto, são informações oficiais, declaradas pelas instituições financeiras”, disse Mônica Barreto.

Oitivas com o setor

Durante a reunião, os deputados também ouviram Alex Cordeiro, presidente da empresa Gênesis, que atua há 12 anos no setor e apresentou um relatório informando aproximadamente R$ 30 milhões em arrecadação entre janeiro e outubro. Ao examinar a estrutura da companhia, o colegiado identificou a participação do sócio Alexandre Detone, proprietário da Adm Tracker, empresa de monitoramento responsável por cerca de 15% do faturamento da Gênesis, o equivalente a R$ 500 mil mensais.

Durante a sabatina, também foi informado que Detone mantém sociedade com Cordeiro em mais duas empresas, incluindo uma sorveteria. Diante dessas ligações societárias, a CPI deliberou a convocação de Detone para prestar esclarecimentos.

CPI vistoria desmanche de carros

Na última sexta-feira (14/11), membros da CPI realizaram uma fiscalização em um pátio que estaria sendo usado para desmanche de veículos roubados em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Durante a ação, os parlamentares encontraram no local um homem com a chave do galpão, ele foi encaminhado à Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis para prestar esclarecimentos, enquanto o espaço foi lacrado e o caso encaminhado para perícia.

Knoploch afirmou que as investigações têm revelado a estrutura do crime organizado por trás do roubo e do desmanche de veículos no estado. “Estouramos mais um ponto clandestino e encontramos peças novas, carros inteiros reduzidos a fragmentos e placas adulteradas. Tudo indica material de veículos roubados. A cadeia é sempre a mesma: roubo, desmanche, receptação e venda em plataformas gigantes. Vamos continuar apertando, expondo e desmantelando cada elo dessa engrenagem criminosa”, declarou.

Já o vice-presidente da Comissão, deputado Marcelo Dino (União), reforçou a necessidade de manter o rigor das apurações conduzidas pela CPI. “Encontramos no desmanche carros marcados por manchas de sangue, peças sem identificação e vidros quebrados. Esse sistema criminoso vem assolando o estado e facilitando a vida de quem age à margem da lei. Vamos continuar com essas ações até chegarmos a todos os responsáveis”, afirmou.

Fonte: ascom

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