23/08/2025
Política

Genial/Quaest: 57% dizem que Castro não merece eleger sucessor, e aliados do governador ficam distantes de Paes

Restando cerca de um ano para o início da campanha estadual de 2026, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), aparece em vantagem contra aliados do governador Cláudio Castro (PL), possíveis concorrentes na urna, inclusive entre eleitores que aprovam a gestão do atual titular do Palácio Guanabara. Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira mostrou ainda que 57% dos entrevistados consideram que Castro não merece eleger sucessor. O cenário expõe as dificuldades que os dois postulantes da base do governador, Rodrigo Bacellar (União) e Washington Reis (MDB), enfrentam para construir as respectivas candidaturas.

Castro e Paes ficaram em lados opostos nas duas últimas eleições que participaram, mas o prefeito tem hoje a preferência de potenciais eleitores do governador. Segundo a pesquisa, Paes tem 35% das intenções de voto na média geral da pesquisa, e marca 37% entre quem avalia a gestão Castro como positiva. Bacellar, atual presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), é o preferido de 16% dos que aprovam Castro, menos da metade do percentual obtido por Paes. No quadro mais amplo, Bacellar tem 9% das intenções de voto.

Reis, ex-secretário estadual de Transportes e ex-prefeito de Duque de Caxias, obteve 6% de intenções de voto entre os que aprovam o governo Castro. O percentual é similar ao que ele registra (5%) entre os que o desaprovam. Neste último grupo, o desempenho de Bacellar cai para 4%, enquanto o de Paes vai a 45% das intenções.

No quadro geral da pesquisa, Bacellar e Reis aparecem embolados com Monica Benicio (PSOL), com 4%, e Italo Marsili (Novo), com 2% — dois nomes que representam o voto mais ideológico à esquerda e à direita, respectivamente, mas cujas candidaturas ainda dependem do aval de seus partidos.

Candidaturas em xeque

Os números reforçam a incerteza sobre o futuro eleitoral de Bacellar e Reis. O presidente da Alerj chegou a ser apontado por Castro como nome favorito para sucedê-lo, mas ficou em xeque após atritos recentes com o governador e com a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ruído começou quando Bacellar, com a caneta de governador em exercício durante uma viagem de Castro à Europa, demitiu Washington Reis do primeiro escalão do governo estadual, buscando tirar do caminho um possível concorrente. O ex-secretário, por sua vez, está inelegível devido a uma condenação por crime ambiental, e ainda precisa reverter sua situação no Supremo Tribunal Federal (STF) se quiser concorrer em 2026. No último pleito, ele se retirou da vaga de vice de Castro por causa da situação jurídica.

Além das turbulências que cada um enfrenta e da dificuldade de Castro em fazer a própria gestão gerar votos para seus aliados, pesa contra Bacellar e Reis o fato de que a maioria dos eleitores, de acordo com a Quaest, não deseja a continuidade do atual governo. O percentual dos que consideram que Castro não merece eleger sucessor, de 57%, é o maior número entre os oito governadores avaliados pelo instituto nesta rodada de pesquisas.

Os que mais se aproximam do desempenho negativo de Castro nesse quesito são os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), e de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD): ambos têm 54% de rejeição de um possível sucessor, no caso de Leite, ou da própria reeleição, no caso de Lyra. A governadora de Pernambuco, aliás, aparece atrás de João Campos (PSB) na busca para se manter no cargo por mais quatro anos (veja abaixo)

Segundo a Quaest, o governador do Rio tem sua gestão aprovada por 43% dos entrevistados, percentual também inferior ao dos outros sete governadores — Bahia, Goiás, Minas, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo — mensurados no levantamento. Já o percentual dos que reprovam o governo Castro é de 41%.

Por um lado, o dado é sete pontos inferior à desaprovação medida em fevereiro, o que sinaliza uma melhora do humor do eleitorado fluminense. Por outro, Castro é o único governante estadual cuja aprovação fica tecnicamente empatada com a rejeição.

O fator Lula

A pesquisa sugere que a segurança pública é a área de gestão que mais impacta na avaliação de Castro. Segundo a Quaest, 60% veem de forma negativa a performance do governo do Rio nesta área; 14% consideram-na positiva.

Se a pesquisa traz más notícias para o governador do Rio e seus aliados, tampouco são animadores os dados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estado. De acordo com o levantamento da Quaest, 62% dos entrevistados desaprovam a gestão petista, percentual similar aos 64% registrados em fevereiro.

Embora pontue mais do que os rivais em todos os segmentos da pesquisa, Paes vê sua vantagem diminuir sensivelmente entre aqueles que desaprovam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — que é aliado e apoio a reeleição do prefeito do Rio no ano passado. Neste estrato, 24% dizem votar em Paes, enquanto 15% optam por Bacellar. Apesar do apoio e boa relação, Paes tem buscado marcar distância e rejeitado investidas do PT fluminense para indicar um vice em sua chapa em 2026. Segundo a Quaest, uma minoria (16%) dos entrevistados desejam que o próximo governador seja “aliado do Lula”.

Fonte: O Globo

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