Nem tudo que reluz é ouro
Por Douglas da Mata
O mau do esperto é imaginar que todos à sua volta são tolos.
Pois é…
Em alguns casos, a tentativa de passar a perna em todos acaba por trazer momentos vergonhosos para os “espertos”.
As pesquisas eleitorais servem para muita coisa: análises sérias, mas também para propaganda, manipulação de resultados e até…auto engano.
Eu não saberia dizer quais das circunstâncias levou o pré-candidato Rodrigo Bacellar a se expor dessa maneira.
Eu creio que ele não fez isso sozinho, ou só pegou carona na estratégia alheia, ou é um “inocente útil”.
Eis a receita dos “alquimistas políticos”, que desejam transformar pedra em metal valioso.
Primeiro, a “inacreditável sabedoria” de suprimir o nome de Wladimir Garotinho, nesta pesquisa Quaest.
O prefeito campista é um dos principais rivais do deputado estadual, e apareceu em segundo, seguido de Washington Reis, e depois, em quarto, o próprio presidente da Alerj, na pesquisa Prefab.
Quem observar os números das duas pesquisas vai poder concluir que Rodrigo só chega a 9%, na pesquisa Quaest, por causa da ausência de Wladimir.
Todos os demais permanecem com números parecidos.
Ou seja, Wladimir vai bem com Rodrigo, mas Rodrigo não resiste à presença de Wladimir no questionário.
Ah, sim, mas o contratante da pesquisa tem o direito de explorar os cenários que deseja.
O contratante, sabemos, é o grupo Globo, ou alguém que contratou a sondagem para ser divulgada pela empresa de comunicação, como principal plataforma de repercussão.
Rodrigo Bacellar embarcou na jogada?
Claro, ninguém rejeita um “vento a favor”, porém, correndo o risco do ridículo de acreditar em uma nota de três reais.
O truque fica pior, acredite.
Quem olhar o cartão com os números, nomes e partidos verá que o partido atribuído ao Rodrigo é o PL.
PL, como assim?
Rodrigo Bacellar é do União Brasil/PP.
Por que esse “erro”?
Ora, para induzir o eleitor a acreditar que Rodrigo é o candidato dos Bolsonaro, justamente aqueles que disseram que ELE NÃO É O CANDIDATO DOS BOLSONAROS, de acordo com Flávio Bolsonaro, que fala pelo pai nesse assunto.
Bem, um leitor ou leitora mais atenta poderá perguntar:
Uai, a pesquisa contratada e amplamente divulgada pela Globo favorecendo a Rodrigo Bacellar, será que a Globo escolheu ele como candidato?
Se ele acredita nisso, ou nos números apresentados, é desespero puro.
Qual é, então, a mão que balança o berço? O que fez essa distorção de colocar o PL como partido de Rodrigo e a supressão do seu principal rival?
Bem, eu não tenho elementos para provar que foi Eduardo Paes, mas ele é o principal beneficiado.
Como?
Ora, todas as pedras portuguesas do calçadão de Copacabana sabem que Eduardo Paes quer disputar com Rodrigo Bacellar, e tem pavor de imaginar uma disputa com uma aliança Wladimir com Washington, ainda mais com apoio de Bolsonaro.
Não por outra razão, Eduardo fez gestões para ter um dos dois em sua chapa, e nunca o fez em direção ao Presidente da Alerj, ao menos não publicamente, como fez com os WW.
Ao mesmo tempo, inflar Rodrigo é bagunçar o jogo no campo de Wladimir é Washington, ainda mais com o desempenho do campista na pesquisa Prefab, sendo somente a segunda vez que ele aparece em sondagens, e não tendo se declarado candidato.
Com a “subida” de Rodrigo, Paes imagina empurrar os WW para seu campo.
É o popular, sabido demais vira bicho.