Pezão guardou R$ 1 milhão de propina com empresário, diz delator - Tribuna NF

Pezão guardou R$ 1 milhão de propina com empresário, diz delator

O RJ2 teve acesso com exclusividade a novos trechos da delação de Carlos Miranda. Segundo o depoimento à Justiça, o “homem da mala” do ex-governador Sérgio Cabral disse que o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, guardou R$ 1 milhão em propina com um empresário do Sul Fluminense.

Pezão nega e reafirma que “jamais recebeu recursos ilícitos”.

No trecho da delação, Carlos Miranda disse que a empresa JRO pagou propina entre 2007 até o fim do governo Cabral. A empresa tinha como sócios Luiz Alberto Gomes Gonçalves, o Beto; e Cláudio Fernandes Vidal. De acordo com Miranda, a dupla é muito amiga do governador Pezão.

Em sua delação, homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, Miranda conta que a JRO era responsável por pequenas e médias obras de engenharia civil e pavimentação no sul do Estado do Rio de Janeiro.

Segundo ele, a empreiteira pagava um percentual de 5% de todos os valores que eram pagos pelo governo do RJ a ela.

Em 2008, o delator disse que foi orientado a pagar um “prêmio” a Luiz Fernando Pezão. O prêmio era de R$ 1 milhão. Os pagamentos ocorreram em 2009, segundo Carlos Miranda. Então vice-governador, Pezão também ocupava a Secretaria Estadual de Obras.

Segundo Miranda, ao procurar por Pezão, foi orientado por ele a entregar a propina ao empresário Beto, da JRO. O relato traz uma novidade: um empresário suspeito de pagar propina também é suspeito de guardar o dinheiro irregular.

Miranda conta que fez o pagamento a Beto em um apart hotel no Leblon, na esquina das ruas Dias Ferreira com Rainha Guilhermina. O pagamento, segundo Carlos Miranda, foi feito por um colaborador de Beto.

Na delação consta que, nesta ocasião, foram entregues R$ 500 mil. Os R$ 500 mil restantes foram entregues, de acordo com o delator, em três vezes: sendo uma parcela de R$ 200 mil e outras duas de R$ 150 mil.

Nessas entregas, Sérgio Castro Oliveira, o Serjão, foi o responsável de fazer as entregas a Beto.

O que dizem os citados

Em nota, o governador Pezão disse que “desconhece os supostos fatos narrados e rechaça com veemência mentiras e supostos atos ilícitos que envolvam o nome dele”.

O advogado da JRO disse que “a empresa nunca deu, repassou ou guardou qualquer valor para Luiz Fernando Pezão muito menos pactuou com propinas no governo Cabral ou qualquer outro governo e que está pronta para prestar esclarecimentos à Justiça”.

Fonte: G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *