Adega de Sérgio Cabral recebia garrafas de até US$ 12 mil dadas como propina, diz MPF - Tribuna NF

Adega de Sérgio Cabral recebia garrafas de até US$ 12 mil dadas como propina, diz MPF

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O Ministério Público Federal (MPF) investiga o pagamento de propina ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral por meio de garrafas de vinho importado de até 12 mil dólares. Segundo as investigações, os “presentes” abasteciam uma adega com capacidade para mais de 500 bebidas na casa de praia de Mangaratiba, já que não havia espaço suficiente para todas elas na adega do Leblon, na cobertura onde Cabral morava com Adriana Ancelmo até ser preso no final do ano retrasado.

Segundo os investigadores, os vinhos fariam parte de pagamentos ilegais feitos pelo banqueiro Edson Menezes, conhecido como Gigante e ex-superintendente do Banco Prosper, preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (16). Edson também já foi presidente da Bolsa de Valores do Rio.

Na petição do MPF, há uma nota fiscal em nome de Edson Menezes que registra pelo menos 160 garrafas de vinho, a mais cara no valor de 12 mil dólares.

Edson Menezes encomendava mais de 160 garrafas de vinho para pagamento de propina, segundo MPF (Foto: Divulgação)Edson Menezes encomendava mais de 160 garrafas de vinho para pagamento de propina, segundo MPF (Foto: Divulgação)

Edson Menezes encomendava mais de 160 garrafas de vinho para pagamento de propina, segundo MPF (Foto: Divulgação)

As bebidas, dizem o MPF, foram pagas como forma de abater um pagamento de R$ 6 milhões de propina pela venda, por licitação, da folha de pagamento dos servidores do Estado do Rio de Janeiro e leilão do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Berj).

O Banco Bradesco ganhou a licitação de compra do Berj legalmente e contratou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para prestar uma consultoria de como gerir o negócio. Segundo o MPF, há uma suspeita de que a contratação da FGV tenha sido uma fachada para acobertar a atuação no negócio do Banco Prosper, do qual Edson Menezes foi superintendente. As informações foram reveladas pelo braço direito de Cabral no esquema criminoso, agora delator, Carlos Miranda.

“A solução aventada, então, para honrar o pagamento do restante da propina foi realizar compras de vinho por Gigante (apelido de Edson Menezes), escolhidos por Cabral, e posteriormente repassados a este, sendo abatido o valor do vinho da propina devida”, relata Miranda.

“Cabral possuía uma excelente adega no condomínio Portobello (na mansão de Mangaratiba) onde armazenava seus vinhos, (Miranda disse) que a adega de Cabral do Leblon era menor”.

A adega é uma das atrações da casa de Mangaratiba, avaliada em R$ 8 milhões. Os lances já estão abertos no site Rio Leilões, mas o leilão presencial só ocorre no dia 4 de setembro com o leiloeiro Renato Guedes.

Prisão na quarta-feira

A denúncia é uma continuação das Operações Calicute e Eficiência, desdobramentos da Operação Lava Jato, e foi levantada durante depoimento de delação de Carlos Emanuel Miranda, preso desde 2016 por distribuir propina em esquema do ex-governador.

O que dizem os citados

  • Sérgio Cabral

O Governo de Sérgio Cabral nunca favoreceu ou participou de negociatas para beneficiar bancos, empresas ou instituições de qualquer natureza. O ex-governador desconhece ilícitos relacionados com o BERJ na sua gestão.

  • Edson Menezes

O advogado de Edson Menezes disse que a prisão dele viola a legislação brasileira porque não há acusação formal nem sentença condenatória. Ele afirma também que a decisão se baseia numa delação sem comprovação, de fatos muito antigos que deveriam ser devidamente investigados.

  • FGV

A Fundação Getúlio Vargas negou qualquer irregularidade. Disse que o leilão do Berj foi organizado de forma transparente e competitiva, em disputa que envolveu as quatro maiores instituições financeiras do país na época. A FGV disse ainda que os serviços do Banco Prosper envolveram reuniões internas e externas, trocas constantes de e-mails, discussões técncas e estratégicas, e o assessoramento na revisão de textos e relatórios. Afirmou ainda que a contratação se deu sem indicação de terceiros, era prevista em contrato e foi precedida de pesquisa e sondagem de mercado. A FGV acrescenta ainda que o Prosper foi contratado por deter toda a experiência necessária e aceitar trabalhar com base no risco.

Fonte: G1

Alerj

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